Projeto Medicina da Floresta: conheça tudo sobre

Desde o princípio, a humanidade encontrou na natureza dois recursos essenciais à sobrevivência, água e alimentos. A natureza foi também uma farmácia natural para a cura de inúmeros males.

Civilizações antigas desenvolveram muito conhecimento sobre plantas, ervas e outros recursos naturais utilizados contra dores, ferimentos, doenças e diversos problemas de saúde. Registros antigos em papiros e livros fazem alusão ao uso de plantas medicinais pelas civilizações egípcia e chinesa.

No Brasil, o Padre José de Anchieta, canonizado em 2015, relatou o uso de plantas medicinais e comestíveis por indígenas, com base em observações feitas por Pero Vaz de Caminha, no século 16.

O desenvolvimento da indústria farmacêutica ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. Com isso, as tradições milenares perderam espaço para o comércio de medicamentos sintéticos, mas o uso de ervas e plantas medicinais não foi totalmente descartado.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 80% da população mundial ainda faz uso da fitoterapia em tratamentos e na prevenção de doenças.

Inúmeras pessoas buscam, na natureza, a cura para os males do corpo e da alma, aumentando, com isso, o interesse pela medicina da floresta. Prosperam companhias que comercializam medicamentos homeopáticos, fitoterápicos e outros compostos à base de plantas e ervas medicinais.

A riqueza medicinal das florestas brasileiras chama a atenção do mundo. A Amazônia, por exemplo, é considerada uma “mina de ouro”, tamanha é sua biodiversidade. Indústrias farmacêuticas e de cosméticos tem grande interesse na flora amazônica. A Mata Atlântica também é uma rica fonte para o desenvolvimento de projeto de medicina da floresta no Brasil.

Centro Medicina de Floresta

A ONG Centro Medicina de Floresta localiza-se na Floresta Nacional do Purus, na Amazônia Brasileira, em uma comunidade espiritualista, denominada Vila Céu do Mapiá. A organização foi fundada, em 1989, por um grupo de mulheres e jovens. Porém, naquela época, a associação foi batizada como Cabana de Ervas São Cosme e Damião. A partir de 1997, quando adquiriu personalidade jurídica e foi denominada Centro Medicina de Floresta, iniciou uma trajetória mais promissora, firmando parcerias com outras instituições brasileiras e internacionais.

O Centro Medicina de Floresta foi criado com a proposta de resgatar os conhecimentos tradicionais dos povos que vivem em florestas. O extrativismo de espécies medicinais é a atividade principal da entidade. Entre os principais produtos, destacam-se os Florais da Amazônia, que são distribuídos gratuitamente aos moradores da região. Em 1999, foi concretizado um projeto importante: a Santa Casa de Saúde Padrinho Manoel Corrente, que aplica terapias naturais e alternativas. Nos cursos e vivências, estudantes e pesquisadores de várias partes do Brasil e do mundo, realizam estudos sobre o cultivo de plantas e ervas medicinais, florais e homeopatia.

Projeto de medicina da floresta

Na Floresta Nacional do Purus, funciona o Instituto de Etnopsicologia Amazônica Aplicada, com uma equipe de profissionais das áreas de antropologia, psiquiatria e psicologia, além de colaboradores brasileiros e estrangeiros. A organização desenvolve trabalhos em duas frentes – atende pessoas que buscam o autoconhecimento através de terapias alternativas e dependentes de drogas, que veem nos tratamentos naturais, um caminho para se livrar dos vícios.

Outro projeto de medicina da floresta é o trabalho realizado pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) que estuda a flora brasileira com a finalidade de encontrar substâncias com ação antibacteriana, anticâncer e antiparasitária. Financiado pela Fapesp, o Centro localiza-se no campus da Universidade de São Paulo, em São Carlos.

O Ministério do Meio Ambiente criou o Programa Brasileira de Bioprospecção, também voltado para projetos de medicina da floresta. Uma das pesquisas diz respeito ao kambô, conhecido como “vacina do sapo”, bastante utilizada pelos índios katukina, no Acre. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso desta substância, no entanto várias pessoas já arriscaram a utilizá-la em busca da cura de alguns males. O interesse é tanto que há inúmeros interessados – brasileiros e estrangeiros – em patentear o kambô.

Um projeto de medicina da floresta, em comunidade tradicional, ocorre na Aldeia Awa Porungawa Dju, localizada em Peruíbe, litoral de São Paulo, a comunidade indígena realizou, em novembro de 2016, o curso Fitoterapia Indígena e Medicina da Floresta. Em formato de vivência na aldeia, a programação incluiu a preparação de chás, garrafada, cataplasmas, macerados, defumação, preparação de banho de ervas e reconhecimento de ervas medicinais na Mata Atlântica.

A biodiversidade brasileira tem um grande potencial para pesquisas e desenvolvimento de projetos de medicina da floresta, fundamentados em conhecimentos de comunidades tradicionais e em estudos científicos sobre a flora medicinal.

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