Não é segredo para ninguém a ampla reclamação das pessoas quanto aos seus planos de saúde. Não é à toa que mais de 1 milhão de usuários já deixaram o convênio médico, fenômeno também impulsionado pela crise econômica e política enfrentada.
A verdade é que os médicos também não estão nada felizes com o serviço. Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP, de novembro de 2015, constatou que boa parte dos médicos brasileiros que deixou de atender por convênios e os que não deixaram possuem a mesma intenção. São 25% dos profissionais que não atendem nenhum convênio e os outros 75% mostram mais inclinação para o atendimento particular, reservando mais espaço para eles do que para algum convênio médico.
Vamos entender por que isso ocorre?
Repasse de valores do convênio médico
O valor repassado aos médicos não acompanha o crescimento numérico de especialistas, pois isso fez com que mais médicos atendessem por convênio médico. Desse modo o repasse é muito baixo e não vale a pena financeiramente para os médicos.
Enquanto o valor pago é de, em média, 60 reais, as entidades que defendem as causas médicas indicam que o mínimo que deve ser pago é 130 reais.
Há casos de convênio médico que paga 12 reais por consulta, o que é totalmente discrepante se comparado ao tempo de investimento que o médico possui em sua carreira, com 6 anos de faculdade, e 2 a 5 anos de residência e especializações.
A baixíssima remuneração gera péssimas condições de trabalho, bem como consultas precárias, afinal o profissional não pode atender por mais tempo, pois possui uma agenda extensa para cumprir.
Profissional desvalorizado
Outro ponto que pesa na hora do médico decidir por não trabalhar por convênio é por conta da burocracia. Os prazos de pagamento impostos pelos planos são grandes o que dificulta o trabalho. Além disso eles possuem muito pouco tempo para atender o paciente a partir do convênio médico. Ganhar pouco e atender de maneira precária o paciente não é vantajoso para ninguém, motivos que reduzem a cada dia mais médicos conveniados a plano e saúde.
A total desvalorização do profissional precisa ser reduzida e uma maneira é justamente a redução do atendimento via convênio médico.
Além disso, os planos de saúde até conseguem mão-de-obra barata, afinal as faculdades de medicina de popularizaram nos últimos tempos, mas acabam perdendo dinheiro lá na frente. Os médicos atendem os pacientes de forma precária, gerando outros custos lá na frente como de exames. Ou seja, o médico prefere encaminhar o paciente logo para um exame, o que demora menos tempo que uma consulta mais minuciosa. Isso ocorre, pois ele não tem tempo de examinar cuidadosamente e observar a evolução da saúde do paciente. Dessa maneira, é um gasto que se reverte em exames posteriores, gerando pouca ou nenhuma economia também para os convênios.
Dessa maneira, se ainda decidir trabalhar por convênio, conheça muito bem a empresa e só aceite as que possuem um pagamento justo e de acordo com a sua formação.
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