No Japão e nos Estados Unidos, países de primeiro mundo, não existe serviço de saúde gratuito, como o SUS. Ao se acidentar, ou por qualquer necessidade médica, o atendimento ao paciente será rápido e eficaz, mas no fim do mês chega a fatura, e ela não costuma sair barata. Nos Estados Unidos, por exemplo, o tratamento para uma picada de cobra custa em média 5 mil dólares, cerca de R$ 17 mil na cotação atual, para se resolver um problema relativamente simples.
O Brasil possui um Sistema Único de Saúde (SUS), público e gratuito. O formato é simples, mas inspira tentativas de implantação em outros países: um sistema de saúde que não cobra do paciente, pois é sustentado inteiramente com os recursos dos tributos arrecadados pelo Estado. Parece não ter erro, certo?
No entanto, o mau aproveitamento das verbas públicas e o déficit causado pelos esquemas de corrupção a níveis federal, estadual e municipal tornam parte dos atendimentos do SUS lentos, pouco eficazes e pouco humanizados para atender às demandas da população que não pode pagar por atendimentos particulares. Aparecem com frequência nos jornais imagens de hospitais públicos brasileiros com pacientes alocados em lençóis no chão, por exemplo, um cenário caótico.
Nos países desenvolvidos citados, o Estado não oferece saúde gratuita, mas promove políticas públicas e negociações com as operadoras de planos de saúde para que seus contratos sejam mais acessíveis à população. Já aqui no Brasil, os pacientes recorrem ao plano de saúde para fugir da possibilidade de ter que depender do SUS. Em casos de cirurgia ou problemas mais graves, é até comum que a demora e a fila nos atendimentos cause a morte de pacientes que aguardam nos corredores da saúde pública.
Mas qual seria, portanto, a solução? Acabar com o SUS? Empresas de planos de saúde e partidos voltados a políticas liberais fazem lobby para que o SUS seja cada vez mais privatizado. Por outro lado, a corrupção permanece minando os recursos do sistema de saúde, fazendo com que ele permaneça ineficaz e ainda assim oneroso para o Estado e para o contribuinte.
Mas há esperança. Ainda há quem se esforce para fazer com que o SUS funcione da forma que deveria e faça jus aos impostos nele investidos. O SUS tem, como diretriz, cuidar da saúde da família, da atenção básica, da prevenção e da conscientização. Até mesmo nas escolas de Medicina das Universidades Federais, o ensino é mais voltado para o SUS.
Incentivar o médico para que, desde a graduação, volte seus esforços para dedicar seu trabalho ao sistema público e à comunidade é uma boa política pública. Os agentes comunitários de saúde também representam um grande passo para que o SUS funcione bem até mesmo nos locais mais remotos.
Mas, acima de tudo, as políticas públicas precisam fiscalizar o trabalho de todos os servidores da saúde, médicos, enfermeiros e outros. E, principalmente, impedir que a corrupção drene os recursos da saúde pública. Isso representaria o fim de muitos dos problemas do SUS.
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