A telemedicina é uma atividade médica devidamente regulamentada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) no Brasil e mundialmente pelo órgão norte americano ATA (American Telemedicine Association.
Entre outras vantagens, a telemedicina amplia o contato entre os médicos e pacientes para além do atendimento presencial, facilita o maior acesso aos especialistas de referência, promove a troca de informações entre os profissionais de saúde, reduz custos operacionais, agiliza a assistência médica, além de melhorar a qualidade dos laudos emitidos, com rapidez e precisão.
Vale destacar que o termo telemedicina vem da palavra grega tele, que quer dizer distância. Isso ajuda a entender o princípio básico de todos o processos que envolvem a telemedicina e também seu grande propósito, que é justamente encurtar distâncias ao promover serviços de saúde.
Quer saber para que serve e como surgiu essa vertente da prática médica? Leia o artigo e saiba mais sobre o assunto.
Para que serve a telemedicina?
A telemedicina é a prática médica realizada remotamente, que serve para finalidades múltiplas, como o monitoramento de pacientes, análise de resultados de exames, troca de informações online entre médicos, laudos digitais, etc.
Ela não substitui, mas dá suporte à medicina tradicional, sendo atualmente utilizada em todo o mundo de forma segura, ágil e legalizada, respeitando por completo a ética e as normas médicas.
A telemedicina é útil para agregar qualidade e velocidade na troca de informações. Isso aumenta a agilidade e precisão na tomada de decisões.
Existem diversos segmentos dentro da telemedicina e cada um deles serve para diferentes finalidades.
A teleassistência e teleorientação, por exemplo, é focada na comunicação com paciente e no seu bem-estar geral. Para tanto, se utiliza de equipamentos, sistemas e tecnologias, para possibilitar a troca e análise de dados.
A teleconsulta, por sua vez, serve para que os médicos consultem outros especialistas para segunda opinião nos diagnósticos, orientações sobre procedimentos, intercâmbio de informações, entre outras questões.
Já os telelaudos viabilizam a emissão de laudos à distância. Os exames podem ser realizados em qualquer lugar e avaliados por profissionais que estejam longe. Isso facilita o acesso a profissionais de referência, independentemente de onde eles estejam.
Como surgiu a telemedicina?
As origens da telemedicina estão diretamente relacionadas aos avanços da tecnologia e comunicação. O descobrimento da eletricidade, eletrônica, computador, internet e outras ferramentas tecnológicas tem tudo a ver com o nascimento e evolução da telemedicina.
O primeiro relato da utilização de telemedicina se deu a partir da invenção do estetoscópio eletrônico, em 1910, em Londres. Na época, foram desenvolvidos amplificadores, receptores e repetidores que permitiam a transmissão de sinais por até 50 milhas.
Com o tempo, a invenção do telégrafo e da telegrafia acabou impulsionando a medicina à distância. Não demorou e ela passou a ser usada para transmitir laudos de exames entre diferentes profissionais, em diferentes lugares.
O telefone, no final do século XIX, também cumpriu um importante papel no avanço da telemedicina. Os aparelhos telefônicos se tornaram os principais meios de comunicação de voz no trabalho médico remoto. Além de permitir a comunicação entre pessoas em lugares afastados, eles possibilitaram a criação de redes de transmissão de dados baseadas em linhas de telefone. Isso permitiu, por exemplo, transmitir o eletrocardiograma por fax, assegurando agilidade ao processo e salvando vidas em locais de difícil acesso.
Também no final do século XIX, a comunicação através de rádio foi possível, inicialmente por código Morse e depois por voz. Essa descoberta proporcionou um salto na telemedicina. Só para ter ideia, no ano de 1946, durante a segunda guerra mundial, a comunicação por rádio foi usada para conectar médicos das frentes de batalhas e estações costeiras com os médicos dos hospitais de retaguarda.
Mais à frente, no final da década de cinquenta, os circuitos fechados de televisão começaram a ser usados no telemonitoramento. De lá para cá, a telemedicina não para de evoluir.
Evolução da telemedicina no mundo
Em 1960 a tecnologia de videoconferência se consolidou como um grande trunfo da telemedicina. No ano de 1969, o homem chegou à lua e a telemedicina contribuiu na assistência de saúde dos astronautas. Em órbita, a milhares de quilômetros de distância, foi possível monitorar sinais fisiológicos, pressão arterial, ritmo respiratório, temperatura, etc.
Já na década de 70, a Europa começou a utilizar a conexão de redes para transmitir diagnósticos e a telemedicina passou a ser vista como instrumento de grande valia, principalmente no acompanhamento de idosos, facilitando não só o homecare, como o socorro em emergências.
Em 1993 foi criada a ATA, American Telemedicine Association, com sede em Washington. Foi aí que o cenário da telemedicina mudou por completo, já que a associação se tornou responsável pela regulamentação da prática no mundo, além de conduzir publicações periódicas, realizar seminários e congressos na área.
Avanço da telemedicina no Brasil
Depois da implantação da American Telemedicine Association, o surgimento de outras sociedades nacionais de telemedicina ocorreu de forma rápida e abrangente. Hoje são várias as associações no mundo, inclusive no Brasil.
Em nosso país, as experiências com telemedicina começaram especificamente em 1994, através de uma empresa especializada em fazer eletrocardiogramas à distância. Os exames eram realizados em outras localidades e encaminhados por fax para que os médicos pudessem analisar.
No mesmo ano, uma rede hospitalar brasileira implantou um programa de videoconferência para unir todos os hospitais da rede para trocar informações clínicas.
Dois anos mais tarde, em 1996, o InCor lançou um moderno serviço com o objetivo de monitorar os pacientes em seu domicílio. Já em 1997, a Unicamp criou o Hospital Virtual Brasileiro, enquanto a USP criou a disciplina Telemedicina, de forma pioneira no país.
Entre 1998 e 2008 foram inauguradas salas de teleconferências, laboratórios de telemedicina, centros de informática em saúde, além de ter havido um avanço expressivo em teleconsultas, teleassistência domiciliar e telecirurgias.
Tudo isso contribuiu para o desenvolvimento da telemedicina no Brasil, que hoje conta com mais de 25 instituições focadas em telemedicina, além de intenso incentivo à pesquisa e fomento a diversos projetos na área da medicina remota.
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