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Metas Internacionais de Segurança do Paciente: entenda

As Metas Internacionais de Segurança do Paciente são objetivos globais para a saúde, criadas em 2006 pela Joint Commission Internacional, juntamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A ideia é estabelecer padrões mínimos de segurança dos usuários dos serviços de saúde.

Desde a sua criação, os objetivos sofreram algumas atualizações e, atualmente, os objetivos de segurança do paciente foram resumidos em 6 metas globais:

  1. Identificar os pacientes corretamente;
  2. Melhorar a comunicação efetiva;
  3. Melhorar a segurança de medicamentos de alto risco;
  4. Garantir uma cirurgia segura;
  5. Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde;
  6. Reduzir o risco de danos ao paciente resultantes de quedas.

Vamos entender cada uma dessas metas e como é possível aplicá-las, a seguir.

Entendendo as Metas Internacionais de Segurança do Paciente

1 – Identificar os pacientes corretamente

A primeira meta também é a mais importante. A identificação correta do paciente assegura que o tratamento está sendo prestado para a pessoa certa. Isso previne erros e a aplicação de procedimentos incorretos que podem até mesmo prejudicar a saúde do indivíduo.

O Protocolo de Identificação do Paciente do Ministério da Saúde cita alguns fatores que podem prejudicar a correta identificação do paciente, como:

  • estado de inconsciência;
  • mudanças de leito, setor ou profissional da unidade de saúde;
  • pacientes com nomes iguais ou semelhantes;
  • bem como outras circunstâncias no ambiente.

Cerca de 850 pacientes americanos recebem transfusão de sangue destinada a outra pessoa todos os anos, nos Estados Unidos, conforme o Protocolo do Ministério da Saúde. Desse total, quase 3% dos casos resultam em óbitos. Dois terços desses erros são causadas pela identificação incorreta da bolsa de sangue. 

Como padrão, todos os pacientes admitidos em unidades de saúde devem receber uma pulseira com suas credenciais corretas. Em recém-nascidos, a pulseira deve ser colocada no tornozelo e conter o nome da mãe, número do prontuário, além de outras informações que facilitem a sua identificação.

A confirmação da identidade deve ser feita sempre antes de alguns procedimentos médicos, momentos antes da administração de:

  • medicamentos;
  • sangue;
  • hemoderivados;
  • coleta de material para exame;
  • entrega de dieta;
  • procedimentos invasivos.

2 – Melhorar a comunicação efetiva

Na saúde, mal entendidos podem gerar consequências graves e até mesmo mortes. Por isso, a comunicação efetiva é a uma das Metas Internacionais de Segurança do Paciente.

Quando falamos em comunicação efetiva, nos referimos à comunicação escrita, eletrônica e verbal. Todos os processos devem ser claros, tanto entre a equipe médica e o paciente, quanto entre os profissionais de saúde. 

Para que uma comunicação seja realmente efetiva, devemos considerar algumas características essenciais, que incluem:

  • oportunidade;
  • precisão;
  • clareza;
  • completude;
  • padronização;
  • compreensão.

Para que tais resultados sejam obtidos, é necessário aprimorar competências comunicacionais, como:

  • saber escutar;
  • esclarecer dúvidas;
  • resumir informações;
  • fornecer informações;
  • avaliar a compreensão do paciente;
  • educar o paciente;
  • aplicar estratégias para transmitir informações importantes;
  • usar linguagem não verbal;
  • usar dispositivos de comunicação digital, como prontuário eletrônico;
  • fazer uso da ética durante as comunicações;
  • ser empático;
  • entender e respeitar a influência do ambiente na comunicação;
  • mediar conflitos;
  • negociar.

3 – Melhorar a segurança de medicamentos de alto risco

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o relatório Medication Safety in High-risk Situations em que alguns medicamentos de alto risco são listados, como:

  • insulina;
  • narcóticos e sedativos;
  • quimioterápicos e imunossupressores;
  • heparina e outros anticoagulantes;
  • anti-inflamatórios não esteroides (AINEs);
  • paracetamol;
  • lítio.

Esses fármacos são considerados de alto risco por causarem consequências graves em caso de administração incorreta. No relatório da OMS, o órgão disponibiliza as melhores práticas para gestão correta de medicamentos e prevenção de danos. 

4 – Garantir uma cirurgia segura

A prevenção de incidentes durante cirurgias é uma das metas mundiais para segurança do paciente. Com esse objetivo, a OMS criou a Lista de Verificação de Cirurgia Segura, que busca reduzir os equívocos mais comuns em intervenções invasivas. 

Dentre os problemas mais comuns, as cirurgias em locais errados é um dos mais recorrentes no mundo todo, como a remoção de órgãos ou membros sadios.

Segundo o Protocolo para Cirurgia Segura do Ministério da Saúde, uma em cada 50 mil ou 100 mil cirurgias são feitas no local errado nos Estados Unidos anualmente. Isso equivale a até 2.500 procedimentos errados todos os anos.

5 – Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde

As infecções hospitalares causam danos ao paciente e também a toda estrutura hospitalar, já que isso onera ainda mais o caixa da unidade de saúde. Por isso, a redução de  infecções relacionadas à assistência à saúde é uma estratégia importante para ambos os lados.

Conforme levantamento do relatório de Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 15% das infecções hospitalares em UTIs americanas são causadas por problemas na assistência médica. Este índice seria maior no Brasil? Provavelmente, sim, no entanto, o levantamento no país ainda é impreciso.

Os principais fatores de risco para infecções hospitalares incluem:

  • fatores que aumentam a colonização da orofaringe e estômago por microrganismos (administração de agentes antimicrobianos, admissão em UTI ou presença de doença pulmonar crônica de base);
  • condições que favorecem aspiração do trato respiratório ou refluxo do trato gastrintestinal;
  • condições que requerem uso prolongado de ventilação mecânica com exposição potencial a dispositivos respiratórios e contato com mãos contaminadas ou colonizadas, principalmente de profissionais da área da saúde;
  • fatores do hospedeiro como: extremos de idade, desnutrição, condições de base graves, incluindo imunossupressão.

6 – Reduzir o risco de danos ao paciente resultantes de quedas

Segundo levantamento do Protocolo de Prevenção de Quedas do Ministério da Saúde, quedas no ambiente hospitalar causam danos físicos entre 30% a 50% das vezes. Desse total, entre 6% a 44% dizem respeito a danos graves, como hematomas, fraturas e sangramentos, que ainda podem resultar na morte do paciente. 

Além do dano físico, esse tipo de acidente gera prejuízos psicológicos, principalmente quando o paciente é idoso, já que o tempo de permanência no hospital se estende. 

O perfil dos indivíduos vítimas de quedas em hospitais tem relação com a idade mais avançada (os pacientes geralmente possuem mais de 80 anos) ou tenra (crianças menores de cinco anos), problemas de incontinência urinária, uso de medicamentos, hipotensão postural, prejuízo na mobilidade, alterações psíquicas (depressão ou degeneração cerebral), além de histórico de quedas.

Outros fatores estão associados à infraestrutura do ambiente, como objetos no chão, cadeiras com altura inadequada, pisos desnivelados, falta de acompanhantes.

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Escrito por
Equipe iMedicina