O advento e o aprimoramento da tecnologia traz inúmeras possibilidades para a atuação do profissional de saúde, como por exemplo, o telediagnóstico. Com o uso desse segmento da telemedicina no Brasil é possível identificar doenças e até tumores de forma precoce e assertiva.
Neste artigo, temos por objetivo explicar para você tudo sobre os principais tópicos que envolvem a realização de diagnósticos à distância.
O que é o telediagnóstico?
Trata-se da emissão de laudos e/ou da avaliação de exames por meio digital, através de imagens e gráficos transmitidos pela internet para o profissional de saúde, ampliando o acesso à saúde para aqueles situados em locais remotos.
Embora o assunto ainda seja uma novidade no Brasil, há indícios de que a prática da telemedicina já existia desde o século XIX. Segundo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), durante a Guerra Civil americana, o telégrafo foi utilizado para esse fim.
Em nosso país, a primeira iniciativa do Governo Federal para a implantação da telessaúde foi em 2011, com o Programa Nacional de Telessaúde. Porém, existem registros que, desde 1994, o telediagnóstico começou a ser praticado em redes hospitalares brasileiras.
Outro importante avanço da telessaúde no Brasil foi o lançamento do Programa Nacional de Telessaúde Brasil Redes, que possibilitou a ampliação e a melhora da assistência médica no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de parcerias entre instituições públicas e privadas.
Ademais, este programa é formado pelas esferas estaduais, intermunicipais e regionais que juntas buscam desenvolver e oferecer para os trabalhadores do SUS os seguintes serviços: teleconsultoria, telediagnóstico, tele-educação e segunda opinião formativa.
Dessa forma, há uma maior oferta e acesso aos laudos à distância, além de diminuir a necessidade de deslocamento dos pacientes. Atualmente, esse programa é regulado pela Portaria MS nº 2.546/2011.
Como funciona esse segmento da telemedicina?
O telediagnóstico é a área da telessaúde que permite a realização de avaliações médicas e investigações em saúde através da observação de imagens digitalizadas de exames feitos pelos pacientes, em conjunto com suas informações clínicas.
Ainda, por ser um país de dimensões continentais, o Brasil lida com uma grande dificuldade de oferecer a atenção à saúde básica para toda a população, principalmente aqueles localizados em regiões distantes dos grandes centros ou em áreas rurais. Assim, também fica evidente a importância da telemedicina nos atendimentos de baixa complexidade.
Neste sentido, o telediagnóstico permite que diferentes tipos de médicos especialistas estejam próximos a esta parcela da população, tornando assertiva e ágil a detecção de doenças e lesões e, consequentemente, salvando vidas.
Assim, o diagnóstico à distância pode ser feito em exames realizados em laboratórios e clínicas ou em hospitais, como por exemplo, um socorrista pode repassar os dados coletados de um paciente a fim de que um especialista o oriente a iniciar os primeiros procedimentos.
Ademais, esse braço da telemedicina exige o uso de plataformas específicas, homologadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para a transmissão e digitalização de imagens em alta resolução.
Posteriormente, esses dados são acessados por um profissional de saúde em uma central, por onde também faz o seu diagnóstico e encaminha para o solicitante. Essas informações ficam armazenadas na nuvem e disponíveis de forma segura nas plataformas.
Quais benefícios essa modalidade traz?
Apesar de não substituir a consulta presencial, o telediagnóstico promove uma série de benefícios tanto para o paciente quanto para os profissionais de saúde. A seguir, conheça as principais vantagens dessa modalidade.
Rapidez na emissão de laudos
A emissão de laudos técnicos sobre o resultado de exames é um procedimento que, tradicionalmente, é realizado em médio prazo nos locais onde há uma defasagem na atenção à saúde básica.
Assim, com o telediagnóstico, os exames são laudados de forma ágil, impactando diretamente no resultado dos tratamentos de casos de urgência e de doenças graves, principalmente quando falamos de um quadro de câncer.
Redução de custos
A economia oriunda da prática do telediagnóstico é percebida não só pelo profissional de saúde, clínicas e hospitais, mas também pelo paciente. Isso porque não há a necessidade de deslocamento, o que reduz as despesas com o transporte, por exemplo.
Ainda, os consultórios e hospitais são beneficiados com a otimização dos recursos, pois não precisam contratar um vários especialistas de diferentes áreas, podendo estes emitir laudo por ferramentas de telemedicina.
Ampliação do acesso à saúde
Podemos afirmar que essa é a principal vantagem trazida pelo telediagnóstico. Antes da sua aplicação, as comunidades distantes dos grandes centros ou de difícil acesso enfrentavam longos períodos de espera para conseguir o resultado dos seus exames.
A partir do advento desta tecnologia, esses pacientes de locais remotos foram beneficiados. Podemos citar a maior rapidez na obtenção do seu diagnóstico e maior agilidade no início do seu tratamento.
Troca de conhecimento entre profissionais
O telediagnóstico também permite que profissionais de saúde de áreas distintas possam discutir, trocar experiências e conhecimentos sobre a análise de exames, diagnósticos e a indicação de tratamentos bem sucedidos.
Ainda, essa é uma grande vantagem, principalmente para os médicos generalistas que atuam nas pequenas comunidades. Pois têm a oportunidade de conhecer outros especialistas e novas tecnologias na área de saúde.
Conheça os principais exames realizados por telediagnóstico
A prática do telediagnóstico é indicada para a emissão de laudos para diferentes tipos de exames. Em razão da agilidade que oferece ao procedimento, a modalidade é realizada também durante as urgências médicas. As principais áreas atendidas são:
- cardiologia: o tele-eletrocardiograma é uma das principais aplicações do telediagnóstico na medicina. Nesses casos, a empresa disponibiliza um local próximo ao paciente para que ele faça o exame e o envie pela internet. Em seguida, a equipe médica recebe o resultado, avalia e emite o laudo à distância. Nesse grupo estão inseridos os exames de ECGs, MAPA e holter;
- neurologia: o eletroencefalograma pode ser feito via telediagnóstico, auxiliando a confirmação de quadros de hemorragias cerebrais, epilepsia, tumores e outros distúrbios neurológicos. A polissonografia também pode ser laudada de forma remota, sendo a melhor forma de investigar alterações no organismo durante o sono;
- radiologia: á a área que faz o uso mais abrangente do diagnóstico à distância. Pode realizar raio-X, do tórax, tomografias, mamografias, densitometrias ósseas e ressonâncias magnéticas;
- pneumologia: a espirometria, ou prova de função pulmonar, é o exame que permite a investigação de doenças respiratórias, como a asma brônquica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), sendo o tipo mais comumente feito à distância.
Assim como aqueles emitidos fisicamente, os laudos de telediagnóstico também precisam ser assinados pelo especialista que o elaborou. Para isso, há a necessidade do uso de assinaturas digitais que precisam de certificação ICP-Brasil, um arquivo que autentica a identidade de uma pessoa.
No Brasil, essa certificação é validada jurídica e legalmente pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil. Dessa forma, é possível assinar digitalmente os prontuários eletrônicos e os laudos eletrônicos, atestados e receitas médicas.
Portanto, é perceptível a forma como o telediagnóstico tem contribuído para aumentar o acesso à atenção à saúde básica e a ampliar a troca de conhecimentos entre profissionais da saúde.
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