Ao final do primeiro ciclo do Programa Mais Médicos, vários pontos da saúde pública ficaram expostos. Alguns deles por responsabilidade do estado, outros por responsabilidade dos profissionais que atuam nos hospitais. Porém, a verdade é que ainda é preciso olhar pra frente, e o programa tem muito para evoluir se a intenção é atender a população, e não ser apenas uma ação eleitoral.
Para entender o que o Programa Mais Médicos trouxe, é preciso lembrar como o atendimento público de saúde era, e como ele passou a ser, trazendo uma média de como ficou. Na prática, o programa ajudou a diminuir as filas de atendimento na rede pública, mas também fez a qualidade de atendimentos despencar e criou um impasse entre governo e a classe médica. Quem ganha com isso? Com certeza, não a população.
A ideia foi boa no início: incentivar que profissionais brasileiros e estrangeiros se mudassem e fossem atuar em locais com grande necessidade de médicos em municípios mais pobres e afastados do país. Para isso, abriram-se as portas para médicos estrangeiros, não só cubanos, mas esses estiveram entre os principais atuantes em vários locais diferentes.
Porém, o que acontece é que o governo federal abriu mão de alocar os profissionais que já atuam no Brasil, abrindo as possibilidades para profissionais estrangeiros. Com isso, o mercado profissional dos médicos acabou por ficar ainda mais espremido, causando uma série de problemas para médicos de todas as classes.
Para os recém-formados, por exemplo, ficou muito mais difícil conseguir um lugar para atuar na rede pública, já que ela foi aberta para profissionais estrangeiros, deixando quem se forma por aqui e pretende atuar na profissão direcionado para a rede pública sem muitas opções.
A primeira mudança necessária no Mais Médicos é o melhor incentivo para profissionais brasileiros.
Como a rede de médicos se expandiu, os locais que antes tinham problemas, pois nenhum profissional queria atuar na região, foram os mais beneficiados, pois esses pontos tiveram preferência para as vagas de preenchimento do Mais Médicos. Porém, em regiões muito afastadas, onde nem os médicos queriam ir, ficou muito mais difícil manter uma regulamentação de como os profissionais estão atuando.
A consequência direta dessa falta de legislação foi a qualidade dos atendimentos cair, abrindo precedentes para diagnósticos equivocados, medicamentos incorretos e até riscos contra a vida. O sucateamento da saúde pública ficou muito evidente em alguns meses, e no final dos primeiros anos de programa, tornou-se clara a necessidade de mudanças.
Outro grande problema enfrentado é que agora a classe médica não olha com bons olhos o Mais Médicos e com isso, cada vez mais, bons profissionais se afastam dessa iniciativa. Uma guerra se trava entre os dois lados e, infelizmente, quem tende a perder cada vez mais é a população.
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