De um lado do ringue estão os pacientes, constantemente reclamando que o tempo de duração da consulta foi curto demais. Do outro, os médicos, que comumente se desdobram entre clínicas e hospitais e, por isso, precisam otimizar o tempo de atendimento. E independente de ambos os lados terem bons argumentos para criticar ou justificar consultas que duram poucos minutos, o fato é que não há no Brasil uma regulamentação quanto ao tempo mínimo ou ideal de uma consulta médica – e esse problema também faz com que muitas pessoas que estão doentes não agendem sua consulta julgando ser uma perda de tempo, o que aumenta os casos de automedicação.
Apesar da maior parte das queixas estarem direcionadas aos atendimentos realizados no sistema público de saúde, essa realidade também atinge muitos médicos particulares – especialmente aqueles que atendem um grande número de pacientes, que agendam sua consulta por meio dos convênios médicos. Com tanta demanda, o atendimento acaba sendo feito mais rapidamente, dando margem para erros de julgamento na hora de prescrever o tratamento, já que nessa pressa todo o paciente pode acabar não informando todos os sintomas que está sentindo.
Bom senso é indispensável
Já que os médicos não precisam fazer a consulta durar por um tempo mínimo exigido por alguma norma oficial, a solução para um bom atendimento, mesmo que curto, é o bom senso. É preciso considerar que o paciente provavelmente esperou por uma data livre na agenda por dias (às vezes, por semanas ou até meses), e que também já gastou um tempo na sala de espera aguardando o atendimento. Tanta espera gera expectativas e, sendo assim, o paciente espera que o médico preste atenção a todos os sintomas relatados, faça perguntas e investigue o que, de fato, está acontecendo – e não somente ouça seu relato e já prescreva medicamentos em menos de cinco minutos de conversa.
De acordo com o Manual de Auditoria de Atenção Básica do Ministério da Saúde, um tempo médio de quinze minutos é usado como referência de produtividade médica na rede pública, por onde passa um número muito grande de pacientes todos os dias. Já para a rede particular de atendimento, muitos profissionais estabelecem a marca dos 25 minutos como sendo uma duração ideal para uma consulta bem feita, reduzindo os riscos de cometer o temível erro médico na hora de tratar o paciente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% dos medicamentos consumidos no Brasil são prescritos ou usados de maneira incorreta, e um curto tempo de consulta pode ser o grande responsável por erros de julgamento. Além disso, deixar o paciente sair da clínica com dúvidas quanto ao tratamento dá espaço para que ele busque a internet para sanar essas questões, consequentemente substituindo medicamentos por conta própria, ou mudando a forma e duração do tratamento sem o aval do médico. Afinal, não basta apenas que o paciente agende sua consulta, mas que também seja bem atendido e siga as orientações de maneira correta.
A secretária pode ajudar (e muito!)
Qualquer clínica conta com uma secretária para que o paciente agende sua consulta e tire dúvidas relacionadas ao agendamento. No entanto, a função dessa profissional pode ir muito além de simplesmente administrar a agenda do consultório e recepcionar os clientes.
Já que somente o médico é capaz de julgar exatamente quanto tempo ele precisará para bater o martelo quanto às condições do paciente em cada consulta, a secretária pode ser seu braço direito para instruir os pacientes a anotar todos os seus sintomas, bem como remédios que já esteja tomando e exames realizados, por exemplo. Também pode ficar nas mãos da secretária a função de separar o histórico daquele paciente para que o médico analise previamente, bem como organizar os horários de chegada de cada paciente para minimizar as filas de espera.
E o paciente, ao agendar sua consulta, também pode contribuir para com a eficiência do atendimento médico. Além de se comprometer a chegar à clínica com alguma antecedência e levar todas as informações necessárias para que o médico avalie bem o seu caso, o paciente também pode anotar previamente todas as suas dúvidas, além de anotar também as respostas dadas pelo médico para não esquecer depois.
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