A demanda por atendimentos de pacientes com convênios médicos tem crescido continuamente. Mesmo com o alto custo dos planos de saúde, muitas pessoas buscam a segurança que eles podem oferecer.
Para os médicos, esses convênios são, como diz a expressão popular, “uma faca de dois gumes”. Quer entender o porquê dessa afirmação? Então, continue a leitura deste artigo. Ao final, você será capaz de avaliar se esse tipo de atendimento vale a pena ou não.
O que são os convênios médicos?
Trata-se de planos elaborados por diversas operadoras de saúde que disponibilizam vários especialistas, exames e procedimentos a partir do pagamento de mensalidades. Ainda, um setor que é regulado no Brasil pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vinculada ao Ministério da Saúde.
Atualmente, existem mais de mil empresas registradas nessa entidade, que estão autorizadas a comercializar os convênios. Embora tenham um alto custo, que são atualizados anualmente, os convênios médicos contam com um grande número de usuários. Entre outras razões, essa demanda é justificada pela precariedade do sistema público de saúde.
Ademais, os convênios podem ser individuais, familiares, coletivos ou empresariais. Além disso, são categorizados de acordo com a abrangência dos serviços que oferecem, quanto maior for, maior será o custo. Por fim, os planos de saúde são classificados da seguinte forma:
- Ambulatorial: quando se limita à oferta de consultas, exames laboratoriais e de imagem, além de atendimento de urgência;
- Hospitalar: oferece internação hospitalar, UTI, tratamento por quimioterapia, transfusão sanguínea e radioterapia. Mas cobre apenas as consultas e exames realizados durante a internação;
- Hospitalar com obstetrícia: além dos serviços do tipo hospitalar, abrange as consultas e exames relacionadas ao pré-natal, parto e aos cuidados com o recém-nascido;
- Odontológico: exclusivo para consultas e tratamentos odontológicos;
- Referência: é o tipo mais abrangente, pois envolve os serviços das categorias ambulatorial, hospitalar, de obstetrícia e, em alguns casos, o odontológico.
Agora que você entendeu um pouco mais sobre o funcionamento dos convênios médicos, precisamos falar sobre as vantagens e desvantagens dessa modalidade para os profissionais de saúde.
Quais as vantagens de atender por convênios médicos?
Afinal, atender ou não os pacientes conveniados? Essa é uma dúvida que surge para todo médico em algum momento da carreira. Para conseguir tomar essa decisão, você precisa conhecer os prós e contras dos convênios médicos. A seguir, listamos as vantagens de oferecer esse tipo de atendimento.
Grande demanda de pacientes
Para os médicos recém-formados, os convênios médicos são a porta de entrada do consultório no setor de saúde. Como estão iniciando a composição da base de pacientes, esses atendimentos são imprescindíveis.
Ainda, com a grande concorrência, a decisão de abrir o próprio consultório é desafiadora. Nesse sentido, a aproximação com os planos de saúde facilita a captação de pacientes, que terão a oportunidade de conhecer o seu trabalho.
Além disso, ao conseguir fidelizá-los, você passa a ter condição de mantê-los, mesmo se resolver abdicar dos convênios médicos. Dessa forma, atender a esse perfil de público é uma estratégia interessante para ampliar a lista de pacientes particulares.
Maior exposição da marca
Da mesma maneira que os planos de saúde abrem as portas do seu consultório para uma grande demanda de pacientes, eles também promovem a sua marca. Essa vantagem é ainda mais importante para quem está começando a empreender.
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Isso porque, com as inúmeras despesas que envolvem a abertura de um consultório, esses profissionais não disponibilizam de muitos recursos para investir em estratégias de marketing médico. Por isso, os convênios médicos funcionam como uma ferramenta para você construir sua marca e autoridade.
Posteriormente, com a consolidação do seu nome frente à concorrência, você poderá tomar a decisão de continuar ou não com os convênios e também terá condições de escolher em quais operadoras deseja continuar credenciado.
Agenda cheia
Como consequência de atender pacientes conveniados, você garante uma agenda lotada de compromissos. Assim, consegue evitar os prejuízos das horas vagas. Mesmo que não represente um salto na rentabilidade do consultório, você transmite uma imagem positiva para o público.
Por que eles podem se tornar um problema?
Apesar de todas essas vantagens, especialmente para os profissionais recém-formados, os convênios médicos também podem representar um problema para a gestão do seu consultório. Agora, conheça as desvantagens desse formato de atendimento.
Remuneração reduzida dos convênios médicos
Assim como qualquer outra empresa, as operadoras dos planos de saúde visam o lucro. Então, para conseguirem oferecer um preço atrativo para os clientes e, ao mesmo tempo, disponibilizar uma ampla gama de serviços, reduzem o percentual de repasse aos médicos.
Enquanto os convênios costumam pagar, em média, R$60,00 por consulta, um único atendimento particular pode gerar uma renda 10 vezes maior. Com isso, ao atender conveniados, dificilmente você será capaz de realizar os mesmos investimentos de médicos não credenciados.
No entanto, para fazer uma boa avaliação das vantagens e desvantagens de se credenciar aos planos de saúde, considere a sua capacidade de atender e atrair pacientes. Em alguns casos, pode ser mais interessante usufruir dos recursos das operadoras.
Superlotação da agenda
Embora o problema da agenda vazia provoque um considerável buraco nas finanças do consultório, a superlotação também é igualmente prejudicial. Isso porque, a tendência é que ocorram atrasos que exigirão uma longa espera dos pacientes.
Assim, além de todo o estresse do elevado número de atendimentos, sua imagem será negativamente impactada. Ainda, com a superlotação, você dificilmente conseguirá manter a qualidade do serviço, influenciando na experiência do paciente.
Menor autonomia
Um dos principais entraves em lidar com os convênios médicos é a burocracia que envolve as autorizações e faturamento dos atendimentos. Em alguns casos, é necessário gerar um comprovante a cada consulta, além de precisar esperar uma data fixa para receber o pagamento.
Por outro lado, as consultas particulares dependem apenas dos seus processos administrativos e os valores são repassados no mesmo momento. Além disso, você também tem autonomia para tomar suas decisões, sem precisar do respaldo de terceiros.
Como evitar a dependência dos convênios médicos?
Em função de todos os benefícios mencionados, muitos profissionais de saúde optam por se credenciar aos convênios médicos, mesmo que temporariamente. Mas com o passar dos anos, tornam-se dependentes dos planos de saúde.
Isso porque, a sua base de pacientes passa a ser majoritariamente composta por conveniados. Assim, ao planejarem o descredenciamento dos convênios, acabam desistindo em função do temor de perder sua lucratividade. No entanto, é possível tomar essa decisão sem enfrentar prejuízos.
Desenvolver estratégias de marketing médico
Com a grande demanda oriunda dos convênios, muitos médicos deixam de investir em estratégias para atrair e fidelizar pacientes. Com isso, tornam-se cada vez mais dependentes desses atendimentos.
Nesse sentido, para conseguir abdicar dos pacientes conveniados em algum momento da carreira, é necessário desenvolver ações de marketing médico. Dessa forma, você constrói sua autoridade, fortalece sua presença digital e passa a conquistar pacientes particulares.
Como os atendimentos por telemedicina reduzem a necessidade dos convênios médicos?
Outra prática que ajuda a diminuir a dependência dos planos de saúde é oferecer atendimentos por telemedicina. Por exigir um custo menor por consulta, você passa a ter margem para reduzir o valor do atendimento.
Assim, além de despertar a atenção de pacientes particulares, você tem uma condição mais favorável para negociar com o público oriundo dos convênios, permitindo o descredenciamento nas operadoras.
Pronto! Agora, você sabe as principais vantagens e desvantagens de atender pacientes de convênios médicos. Portanto, faça sua avaliação e decida se vale ou não a pena mantê-los.