Em toda a história da humanidade, sempre houve a sensação de que a tecnologia iria eliminar alguma atividade ou algum setor da sociedade. Uma das principais questões envolvendo a telemedicina é justamente essa: a ameaça a medicina convencional.
Neste artigo, temos a proposta de mostrar que não existem razões para ter esse temor, pois o contato olho no olho continua sendo o principal pilar da relação médico e paciente.
A telemedicina possibilita o trabalho conjunto com a medicina convencional?
Nas últimas décadas, o mundo passou por uma verdadeira revolução tecnológica, sendo a medicina uma das áreas que mais se beneficiou desses avanços. Mesmo assim, a consulta presencial com o médico não deixou de existir.
Ainda, a proposta de desenvolver novas tecnologias para a saúde não tem por objetivo substituir os profissionais ou reduzir sua função, pelo contrário, a ideia é proporcionar novas ferramentas que tornem o exercício da profissão mais assertivo e ágil.
Neste sentido, a telemedicina surge como uma atividade complementar, democratizando o acesso à saúde, reduzindo o custo do atendimento médico e da realização de exames e permitindo que o profissional de saúde tenha mais tempo disponível para seus pacientes.
Além disso, é por meio da telemedicina que habitantes de regiões remotas, de aldeias e povoados conseguem receber a atenção básica de saúde, pois o atendimento médico à distância acaba com as barreiras físicas que existem.
Outra forma de utilização da telemedicina é a educação remota, permitindo que enfermeiros ou médicos generalistas sejam orientados e treinados por especialistas para que assim consigam atender à população local.
Um outro benefício importante do uso da tecnologia da informação é a capacidade de obter laudos dos exames dos pacientes por meio digital, acelerando o processo de confirmação de diagnósticos e início do tratamento.
Ademais, o suporte remoto também pode ser usado para obter uma segunda opinião médica para o tratamento ou o diagnóstico de um paciente. Assim, abre-se um leque de possibilidades, fortalecendo a relação entre medicina convencional e a telemedicina.
Aplicações da telemedicina
Atualmente, diversas especialidades médicas fazem uso dessa tecnologia, principalmente em países que possuem uma regulamentação mais abrangente dessa prática. Por isso, é possível dizer que é apenas uma questão de tempo para a consolidação da telemedicina no Brasil
Na área de patologia clínica, o uso da assistência remota tem evoluído rapidamente. Agora, o exercício da atividade passou a ser mediado por tecnologias para o envio de dados e imagens com o propósito de emitir relatórios como suporte às ações presenciais.
Outras áreas muito beneficiadas pela telemedicina são a dermatologia e a oftalmologia. Isso porque é possível detectar a presença de alterações na pele e nos olhos apenas pela análise de imagens.
Ainda, a cardiologia já se utiliza desta ferramenta para a interpretação e emissão de laudos de diferentes tipos de exames, como o MAPA, holter e o eletrocardiograma. Além disso, há uma troca constante de conhecimento entre esses especialistas.
Ademais, na neurologia, alguns exames importantes como o encefalograma clínico podem ser laudados à distância, assim como a polissonografia. A pneumologia também faz uso da tecnologia para a elaboração de laudos de espirometrias.
Embora essas especialidades já sejam beneficiadas pela telemedicina, a radiologia foi a área que mais impulsionou a aplicação dessa tecnologia. A telerradiologia pode ser vista como a prática que permite a interpretação de imagens médicas à distância.
Ainda, entre os principais exames laudados remotamente estão o raio-X, a mamografia digital, a densitometria óssea, a tomografia computadorizada, a cintilografia e a ressonância nuclear magnética.
A telemedicina vai substituir a consulta presencial?
Não. Esse é um dos pontos que mais traz polêmica ao debate sobre o uso da telemedicina. Diferente do que muitos imaginam, o atendimento remoto não tem a pretensão de substituir o contato presencial entre médico e paciente.
Ainda, a telemedicina surge como uma ferramenta complementar ao sistema de saúde brasileiro. Por ser um país de dimensões continentais, enfrentamos grandes desafios ao tentar levar a atenção básica a toda a população.
Neste sentido, o uso da tecnologia da informação para atendimento médico permite que profissionais de saúde alcancem aos mais distantes povoados, promovendo os cuidados com a saúde, diagnosticando e tratando doenças.
Dessa forma, é necessário lembrar que nada pode substituir o exame físico do paciente, sendo esta a melhor maneira de avaliar o seu estado de saúde.
Legislação brasileira sobre o uso da telemedicina
Em nosso país, a discussão sobre as aplicações da telemedicina caminha devagar. Em 2002, o Conselho Federal de Medicina estabeleceu a sua primeira resolução sobre o assunto, sendo registrada sob o nº 1.643/2002.
Contudo, o documento trata o atendimento remoto de forma ampla e geral, sem especificar detalhes sobre a prática. Em 2018, o mesmo conselho tentou detalhar essa modalidade, mas a norma precisou ser revogada no mesmo mês da sua promulgação.
Ainda, em 2020, em função da pandemia do novo coronavírus e da necessidade de isolamento social, o Ministério da Saúde estabeleceu a portaria nº 467/2020 que autoriza o uso da telemedicina enquanto houver a emergência de saúde pública.
A partir da análise do cenário atual, a principal vantagem trazida pela telemedicina é a possibilidade de agilizar os atendimentos médicos. Seja por meio da emissão dos laudos à distância ou da possibilidade de realizar triagens.
Porém, não menos importante, as segundas opiniões profissionais obtidas de forma remota também agregam muito valor ao exercício da medicina. É possível ampliar os conhecimentos e aumentar a troca de experiências entre médicos especialistas e generalistas.
Ademais, a telemedicina aumenta a acessibilidade às consultas de especialidades médicas e a equidade. Também reduz os custos no consultório e para os pacientes e diminui as distâncias entre cuidados de saúde primários e especializados.
As plataformas de telemedicina desenvolvidas por empresas especialistas em softwares médicos garantem toda a segurança necessária para o uso da tecnologia. Além disso, possibilitam a integração de ferramentas como o prontuário eletrônico e agendamento online para otimizar o atendimento do profissional.
Depois de esclarecer, portanto, que a telemedicina não deve ser vista como uma ameaça à medicina convencional, mas sim como uma importante aliada, você também pode se interessar por outros artigos sobre o assunto! Continue navegando pelo nosso blog e saiba mais.