Desde que a telemedicina foi regulamentada em caráter de urgência no Brasil, muitas dúvidas começaram a surgir sobre esse assunto.
Apesar desta não ser uma prática nova na Medicina, muitos médicos ainda se perguntam se ela pode beneficiar qualquer especialidade.
Para descobrir a resposta desta pergunta, acompanhe este artigo até o final. Vamos lá!
Telemedicina no Brasil
Como já adiantamos, a telemedicina é uma prática antiga em todo mundo. O advento da tecnologia fez com que ela evoluísse com o passar dos anos e ganhasse novas roupagens.
Trata-se de um conceito amplo que engloba diversos tipos de modalidades tais como teleorientação, teleinterconsulta e telemonitoramento.
Apesar de não ser recente, esse tipo de ação só passou a ser permitido no país em março deste ano. A regulamentação do Ministério da Saúde visa auxiliar a utilização da modalidade para combate ao avanço do coronavírus no país.
A portaria 467/20 do Ministério da Saúde permitiu o uso da telemedicina para atendimento pré-clínico, suporte assistencial de consulta, monitoramento e diagnóstico no âmbito do SUS, saúde complementar e privada.
Tal regulamentação a princípio é temporária e poderá ser revista após o fim da pandemia do coronavírus.
O mais provável é que essa experiência com a telemedicina colabore para que a classe médica amadureça a visão sobre as vantagens da prática. Dessa forma, o assunto deverá ser visto com outros olhos até mesmo pelo próprio Conselho Federal de Medicina.
Qualquer especialidade pode se valer da telemedicina?
Um dos efeitos da portaria do Ministério da Saúde foi aumentar a procura por sistemas que permitam a realização de atendimentos por telemedicina.
Porém, uma parte da classe médica ainda permanece se perguntando se é possível usar essa modalidade para qualquer especialidade.
Se este questionamento está passando pela sua cabeça, saiba que a resposta é sim. Porém, precisamos dizer que algumas especialidades médicas, naturalmente, terão mais limitações que as outras.
Especialidades de pronto-atendimento
A regulamentação da telemedicina se deu em razão do avanço da pandemia da Covid-19. Por isso, é muito fácil entender como a prática de teleorientação gera impacto nos atendimentos emergenciais.
Para exemplificar isso, basta pensar em especialidades de grande abrangência como, por exemplo, a clínica geral.
Grande parte dos clínicos costuma atender em clínicas maiores e hospitais. Logo, estão sendo muito demandados neste momento para atendimento de pacientes com suspeita de coronavírus.
As especialidades de pronto-atendimento como a clínica médica podem ser amplamente beneficiadas pelo uso da telemedicina.
Isso porque a realização da teleorientação evita que pacientes com suspeita de coronavírus compareçam até pronto-atendimentos. Dessa forma, apenas as pessoas que estão com sintomas graves da doença são atendidas presencialmente, aliviando a carga de atendimento nos hospitais.
Especialidades de baixa complexidade
Os atendimentos de baixa complexidade podem ser amplamente otimizados com o auxílio da telemedicina.
O uso da tecnologia pode levar assistência médica para áreas com baixo índice de especialistas, democratizando o acesso à saúde.
Especialistas apontam que as especialidades de baixa complexidade podem encontrar na prática da telemedicina um nicho de negócio. Isso acontece porque esse tipo de atendimento costuma dispensar a realização de exames mais complexos e aprofundamento dos casos.
Para facilitar o entendimento disso, suponha que estamos nos referindo a um Nutrologista. Se este profissional for procurado por um paciente que deseja fazer uma reeducação alimentar visando a perda de peso, boa parte da orientação pode ser feita com apoio da internet.
Imagine que o médico eliminou as possibilidades de qualquer comorbidade associada no caso deste paciente. O acompanhamento deste paciente torna-se, assim, viável por meio da telemedicina.
Desta maneira, tanto o paciente quanto o médico são beneficiados. Enquanto o primeiro consegue dar continuidade ao seu tratamento sem suspensão devido à pandemia e evita se expor aos riscos de contaminação da doença, o segundo dá continuidade aos seus atendimentos e evita uma queda no rendimento do seu consultório.
Um outro bom exemplo de especialidade que pode se beneficiar do acompanhamento da telemedicina é a psiquiatria.
Dar continuidade ao acompanhamento de pacientes psiquiátricos é extremamente importante em um momento como esse, que pode agravar quadros como a depressão e a ansiedade.
Por meio da telemedicina, esses profissionais conseguem se manter próximos dos seus pacientes, apoiando-os neste momento de isolamento social.
Especialidade de alta complexidade
Os atendimentos de alta complexidade, tais como intervenções cirúrgicas e procedimentos de alto risco, obviamente possuem certa limitação em relação ao uso da telemedicina.
É sabido que grande parte da prática médica de cirurgiões é realizada em clínicas e hospitais. Por isso, é natural que esse tipo de especialidade não consiga implantar a telemedicina como rotina.
Entretanto, quando o assunto é o pré e o pós-operatório, a prática ganha muito mais abrangência e possibilidade real de benefício.
Para exemplificar, pense novamente em um caso fictício de saúde. Imagine, desta vez, um paciente recém-operado por meio de uma cirurgia bariátrica.
Os cuidados no pós-operatório e as orientações profissionais podem ser conduzidos por meio da teleorientação. Desta maneira, garante-se que o paciente se mantém bem informado sobre o seu avanço e aumenta-se a chance de recuperação rápida e efetiva.
Como adotar a telemedicina
Como você pode perceber, é possível adotar a telemedicina para qualquer especialidade. Além da continuidade dos atendimentos, essa prática ainda permite que você amplie o fluxo de pacientes atendidos, já que não há mais limitação geográfica.
Os profissionais que ainda não aderiram à essa modalidade e desejem fazer isso devem priorizar o uso de sistemas adequados.
Atender por meio de plataformas como Hangout e Zoom pode expor médicos e pacientes ao risco de vazamento de dados, indo contra às normas éticas do Conselho Federal de Medicina.
O ideal é encontrar um sistema de prontuário eletrônico que adote todas as boas práticas de segurança da informação para evitar complicações legais e éticas.
Um bom software médico deve oferecer criptografia de ponta a ponta, hospedagem em nuvem e controle de acesso da sala pelo profissional.
Desta forma, a plataforma garante a segurança dos envolvidos, dando mais tranquilidade para que tudo corra normalmente.
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